“Isto aqui é o fim do mundo ou é um privilégio?”
A dúvida que deu às caras depois de quase 10 horas de viagem (parte delas numa emocionante estrada de chão pelas crocas do relevo mineiro) foi-se embora logo no primeiro tuntz-tuntz da caixa da direita.
Passados os quatro dias de pura psicodelia do Festival Cachoeira Alta 2008, ainda não sabemos ao certo como definir o que foi o nosso último feriado.
O fato é que a equipe TRETA esteve no alto das montanhas mineiras, numa fazenda estonteante próxima da cidade de Itabira – a poucos quilômetros de Belo Horizonte – curtindo o fino do trance durante quatro dias seguidos. Chato.
A horda de fanfarrões que insistem em pisar no seu pé, caçar confusão, xingar o atendimento do bar e cortar a onda dos outros nas raves da atualidade, por graça divina, ficou de fora da festa. A fanfarra em Cachoeira Alta era regra, mas o respeito ao espaço alheio era pressuposto.
O cotidiano do festival era dos mais desagradáveis: você acordava de manhã, saía da barraca e estava numa rave; escovava os dentes depois do almoço e estava numa rave; saía do banho, de toalha, e estava numa rave. Da caixa pra cachoeira, da cachoeira pra caixa. Coisa linda de Sheeva.
Pra quem curte PSY – e até pra quem ainda está aprendendo a curtir – o evento foi irretocável. Ambiente perfeito, paisagem embasbacante, organização satisfatória, clima agradável, som alto e muita doidera.
A parte ruim dessa estória, claro, é que ela tem fim. De volta à realidade, só nos resta apreciar as fotos registradas durante a viagem e mentalizar que falta pouco (só 370 dias) pra chegar o festival do ano que vem.
Não deixe de conferir a cobertura completa dos dias mais psicodélicos da breve e conturbada história da equipe TRETA:
(*) Fotos por Ademir Ribeiro
(**) Relatos e outras coberturas do festival aqui e aqui
(***) Muito mais psicodelia aqui