Desde os primórdios da humanidade somos obrigados a conviver com uma grave patologia que acomete diversos indivíduos, independente de raça, credo, classe social ou orientação sexual no The Sims: a malária sem-alça.
Na família, na escola, faculdade ou trabalho, todos conhecem (ou são) algum chato de galochas, daqueles que conseguem constranger o universo ao seu redor continuamente. Muito pior quando o enfermo é um parente, namorada ou amigo próximo, é verdade, mas ao persistirem os sintomas da malária, a única coisa a ser feita é o isolamento completo – ou a chatice pode respingar em você e te contaminar.
O grande problema é que vivemos em tempos de livre comunicação, onde é muito mais fácil obter um palpite sobre a próxima rodada do campeonato ou dicas de culinária chinesa do que um abraço sincero. Na rede, nos colocamos em verdadeiros cardápios virtuais para a saciar a boçalidade dos malas, desprevinidos, à mera distância de um clique, uma mensagem, uma cutucada na próstata. E eles não estão de dieta.
Para saber identificar se você ou alguém ao seu redor está sofrendo deste terrível mal contemporâneo, veja quais são os principais sintomas da malária sem alça na internet:
(Fonte)
1. Email
O mala do email, obviamente, remete correspondência indesejada, pois não possui discernimento para supor que o conteúdo de sua mensagem não interesse ao destinatário. Quando não trata-se de malária profissional, também conhecida como spam, as mensagens indesejadas costumam vir em arquivos de Power Point e acompanham um cabeçalho com 850 endereços de email de outras pessoas que também foram vítimas do mala.
2. MSN
O mala do MSN, claro, está sempre disponível e invariavelmente enxerga o mesmo sinal verde no seu status, ainda que ele esteja marcado como “ocupado” ou “ausente”. A rapidez com que inicia o assunto assim que você se conecta e a persistência em manter a janela ativa mesmo quando o diálogo já morreu há várias linhas são outros sintomas evidentes da malária em mensageiros instantâneos. Pacientes em estado terminal usam um emoticom para cada letra do alfabeto.
3. Orkut
O mala do Orkut era aquele que se comunicava através de depoimentos e deixava GIFs piscantes no seu mural. Hoje o simples uso do Orkut já caracteriza a malária.
4. Facebook
O mala do Facebook é aquele que marca você em fotos abstratas, calendários, joguinhos e eventos do outro lado do continente (sem falar nas correntes, promoções e sorteios imaginários). Mas o principal sintoma deste mala ainda é a disposição plena para “cutucar” indiscriminadamente e incluir letras de músicas em suas atualizações de status.
5. Twitter
O mala do Twitter não sabe por que só tem 4 seguidores, então pede aos outros para que o sigam, por caridade. Quando conseguem a misericórdia do follow, agradecem publicamente para mostrar toda a intimidade que vocês não têm, e em no máximo meia hora envia uma DM pedindo algum favor ou puxando um assunto idiota, pra forçar a amizade. Outra característica marcante deste mala é a perda do raciocínio lógico matemático, o que prejudica a percepção de que 20 mentions enviadas para 1 recebida é uma forma de ser ignorado.
6. Foursquare
O mala do Foursquare é aquele que acha que está em algum tipo de jogo social e decidiu deixar rastros no mapa de todos os lugares que vai – e também dos que não vai. Quando o lugar não está registrado (ainda que por questões de segurança e privacidade, como a sua casa, por exemplo), ele mesmo o faz. Se o indivíduo disser algo sobre ter se tornado “mayor”, corra. O caso é grave.
7. YouTube
O mala do YouTube tem um vlog onde ele fala para a câmera por que ele odeia um ou mais temas pseudo-polêmicos aleatórios. Em casos crônicos rola uma vinheta de abertura feita pelo gerador de caracteres da TV Tupi com Mal de Parkinson, palavrões e figurino.
8. Blog
O mala blogueiro, sem sombra de dúvidas, é aquele que apresenta o mais avançado estágio da patologia, pois em quase todos os casos ele apresenta os sintomas de sua malária por email e nas outras redes sociais, tentando promover o seu blog a todo custo. Ego inflado, perda do senso do ridículo e obesidade mórbida sentenciam o diagnóstico.
Além destes casos clássicos, obviamente, existem os menos recorrentes, mas ainda assim temerosos, como o mala do Instagram, o mala do Skype, o mala do Tumblr e o mala do Flogão (eutanásia). O mais importante é o diagnóstico precoce dos primeiros indícios de instabilidade emocional, carência afetiva, apatia social e/ou chatice aguda.
Quanto antes você descobrir que é uma pessoa insuportável, tão logo será questionado por si mesmo sobre a possibilidade do suicídio e assim poderá poupar seus convives e a humanidade desta sua existência terrível.
Falei, e ainda falei pouco.