Em tempos de mascotização da blogosfera, poucas pessoas poderiam supor que por trás da marca de um blog exista um conceito, um contexto. Dessas, quando me perguntaram qual era o sentido da nossa tomadinha marota, tive prazer em explicar. E a resposta está no mais ulterior propósito da criação deste blog.
As tomadas sempre estiveram em quase todas as paredes de todos os lugares, com seus rostinhos imaginários quase humanos nos observando à espreita, quando não preenchidas com um vigoroso plugue, promovendo juntos o milagre da eletricidade. É verdade que esta é uma forma mais elegante de deduzir que nossa logo é uma homenagem ao órgão sexual feminino, é verdade, mas percebam o puro lirismo da coisa.
Como todo bom rapaz latinoamericano com pouco dinheiro no bolso sempre tive que buscar soluções criativas. De um rádio quebrado à falta de tomadas no quarto, gambiarras e improvisos sempre fizeram parte do meu cotidiano e me mostraram que não existe um jeito certo ou errado de se fazer as coisas. Muitas vezes sequer é possível dizer se aquela artimanha elaborada funciona ou não – no máximo, que “quebra um galho apesar do mau contato”.
O universo ao meu redor me leva a crer que o mesmo acontece em relação às conexões humanas, e não só as sexuais. A eletricidade aqui depende metaforicamente da união de dois (ou eventualmente mais) entes envolvidos, cuja compatibilidade é estabelecida através de atributos físicos e aspectos técnicos, como a voltagem. Eventualmente uma gambiarra emocional pode dar um jeito naquela lâmpada apagada na retina, e permitir que tomadas e plugues não exatamente compatíveis venham a se ligar. Da mesma forma uma gambiarra afetiva bem ajambrada pode dar sobrevida a uma relação deteriorada pelo destino, e mais uma vez permitir àquilo que seria impossível acontecer.
Esta é a nossa forma de expor nossas opiniões e contar o que vemos através da internet, partindo do pressuposto de que todo o universo nada mais é do que o conjunto das múltiplas conexões de seus elementos singulares. E de que tudo é absolutamente relativo.
E quando nos perguntam sobre uma possível atualização da marca, com o advento do novo padrão brasileiro de tomadas, tudo o que tenho a dizer é que nós, editores do blog, apesar de adeptos a modernidades e moralmente vanguardistas, particularmente preferimos o bom e velho padrão sem fio-terra.
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