Já que o papai aqui posou de magnata nas páginas da Gazeta (estou providenciando o print com a matéria comentada) e o momento é o de segurar audiência a custa de qualquer artimanha, decidi escrever um ensaio sobre um tema que permeia o cotidiano de absolutamente todos os homens desde o primeiro quebrar de quadris de Eva: a bunda.
E se você discorda que o tema é importante e envolvente, amigo, fique olhando fixamente para o cabelo da moça na foto abaixo e tente descobrir como ela consegue ter este brilho, este volume, esta maciez, e… É de perder a fala.
Tecnicamente falando, a bunda não possui vida própria, apesar de ser glorificada na maioria das culturas ocidentais. São duas singelas almofadas de gordura que nos auxiliam no processo excretor (sentar pra cagar) e locomotor (na execução da “dança da bundinha”).
No inconsciente coletivo dos machos da sociedade, as mulheres dividem-se em castas bem definidas pela viscosidade, generosidade e outras propriedades das dimensões de suas nádegas, fortalecendo a idéia de “mulher objeto” no cerne do debate machista sobre fundos e poupanças.
Existem até concursos e premiações dedicadas à arquitetura glútea feminina. A idolatria da rabeta impera neste país tropical de maus costumes e temperaturas inadequadas para as vestes.
Um absurdo.
Mas todo esse fascínio sexual obsessivo pelo brioco só encontra explicação na poesia lírica que se esconde em cada banda rechonchuda da anatomia feminina. Falamos da bunda.
“Duas colinas verdejantes divididas por um vale sensível”, diria o poeta. “Que rabo, mermão!”, diria a maioria dos caras que eu conheço.
A bunda se posiciona estrategicamente abaixo da coluna vertebral, ficando à altura e à disposição dos olhares masculinos desde as primeiras idades. Ela se aproveita da solução de escoamento (e de recebimento) da colega vagina, sendo geralmente dotada de um ânus em sua parte ulterior.
Personagem histórica e emblemática de guerras e civilizações, o popozão também tem seu valor gastronômico e decorativo na sociedade – servindo para muitos também como meio de sustento e, principalmente, de assento.
Hoje a bunda tá mais pra manifestação artística ou forma de expressão.
É como diz o ditado: atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher. E atrás uma grande mulher há sempre uma boa bunda.
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(*) Dedicado à FARO, ao Papo de Homem e aos outros blogs onanistas de onde furtei as ilustrações do textículo.