Enfim, o entorpecido mundo das raves chega aos cinemas, numa grandiosa produção Brasileira, e até agora eu ainda não sei se é motivo para comemorar ou para lamentar – apesar de estar pendendo para o segundo.
Acredito que em um primeiro filme sobre a cena não caibam tantas versões diferentes e, principalmente, o que elas representam na realidade. Ou seja, generalizações e visões deturpadas poderão surgir a todo momento fazendo com que quem não tenha tido qualquer contato com o assunto antes enxergue aquilo como verdade nua e crua.
O problema nisso é que raves são um tema pouco conhecido da grande maioria da população, que toma conhecimento apenas de uma parte isolada – e, por consequência, deficiente – do que elas têm a oferecer. Nem sempre o que uma pessoa procura numa festa desse porte é consumir drogas, ficar flertando com a loucura e transforma-se num zumbi que reage ao que sai das caixas de som. Tem muito mais a ser ofertado numa festa do que apenas dramas humanos.
Não que o trailer oficial de Paraísos Artificiais não seja de arrepiar atrás da orelha:
O discurso do nosso grande amigo Eliel no blog Psicodelia (leia aqui) vai ao encontro do que eu penso, em alguns pontos.
Por hora, resta esperar. Não adianta muito a gente começar a supor o que pode ou não acontecer, o que vai ou não vai ser mostrado e o que eles querem ao mexer com um assunto que é ao mesmo tempo tão polêmico quanto mal explicado. Pensei, inclusive, em adotar um discurso em franca defesa das raves, mostrando que de onde eu enxergo a coisa, são apenas um grupo de jovens que querem liberar as energias ruins de uma semana qualquer num lugar envolto por natureza e música de qualidade, mas torna-se desnecessário defender o que ainda não foi "julgado" pelo grande público.
Na dúvida, deixemos combinado algo por aqui: Se for do interesse das pessoas descobrir o que acontece de fato em uma dessas festas eletrônicas, encarregue-se de educar o interessado mostrando como, quando e onde surgiu, porque acontece dessa forma e qual o sentido de estar ao lado da caixa direita. A falta de informação é sempre prejudicial para quem é do bem, mas a boa vontade de levar adiante sempre será um diferencial quando as coisas estiverem ruins.
E, claro, um convite: se é você quem quer saber um pouco mais sobre isso, faça o pedido e deixe que um de nós levemos você para um desses templos de celebração da música eletrônica. Descubra a verdade vivendo-a, não através da tela de algum vídeo postado no YouTube ou comentários num telejornal sensacionalista.
É o que temos para hoje.
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No final das contas, uma rave é algo único para cada um de nós. Qual é a sua realidade?