Ah, a balada. Esse território misterioso onde os corpos se movem como se fossem guiados por uma força maior, talvez a batida incessante do DJ ou, quem sabe, o terceiro gin tónico. Dançar na balada é uma arte, dizem uns; é sobrevivência, dizem outros.
E, para não restar dúvidas, aqui vai um tutorial definitivo, porque, afinal de contas, alguém tem que colocar ordem na pista de dança.
- A Chegada: O Reconhecimento do Território Primeiro passo: entre com confiança. Mesmo que você tenha duas esquerdas no lugar dos pés, entre como se fosse o John Travolta em “Os Embalos de Sábado à Noite”. O segredo está na atitude. Cumprimente o segurança na porta, faça um aceno para o barman e dê aquele sorrisinho misterioso para o DJ. Você ainda não fez nada, mas já conquistou meio caminho.
- A Escolha do Espaço: Encontre o Seu Lugar ao Sol Não adianta ir direto para o meio da pista. Primeiro, faça um reconhecimento. Observe os que já estão lá: o casal que dança como se ninguém estivesse olhando, o grupo de amigos que parece ensaiado, e o solitário com passos peculiares que só ele entende. Encontre um canto estratégico, onde você possa entrar e sair da dança sem parecer desesperado.
- O Aquecimento: Movimentos Iniciais Agora que encontrou seu lugar, é hora de começar. Não, não comece com o breakdance. Movimente-se lentamente, balance os ombros, bata o pé no ritmo da música. Se alguém perguntar, diga que está “sentindo o groove”. A palavra “groove” sempre dá um ar de entendido no assunto.
- O Envolvimento: Dance Como Se Ninguém Estivesse Olhando (Mas Todos Estão) Chegou a hora de soltar mais um pouco. Mexa os braços, gire o corpo, mas, por favor, nada de movimentos bruscos. A balada não é um campo de batalha. Se for necessário, imagine que está num comercial de perfume: suave, elegante e com um leve toque de mistério.
- A Conexão: Interação com Outros Seres Dançantes Dançar sozinho é bom, mas interagir é melhor. Faça contato visual, sorria, imite um passo ou outro do seu vizinho de dança. A comunicação é a chave. Se perceber que a outra pessoa está no mesmo canal, ótimo. Caso contrário, mantenha a sua vibe e siga em frente.
- O Apogeu: O Seu Momento de Glória Toda balada tem aquele momento em que a música parece perfeita, as luzes estão no ponto certo e você se sente invencível. Este é o seu momento de glória. Aproveite. Arrisque aquele passo mais ousado que estava guardando. Não importa se sair desajeitado; lembre-se, o segredo está na atitude.
- O Desfecho: A Saída Triunfal Assim como uma boa dança tem um começo, meio e fim, a sua noite na balada também precisa de um desfecho à altura. Não espere até que as luzes se acendam e o DJ toque a última música de encerramento. Saia enquanto ainda está no auge. Cumprimente o segurança novamente, faça um sinal de positivo para o barman e dê um último aceno para o DJ. Saia com a mesma confiança com que entrou.
Dançar na balada não é apenas mover o corpo ao som da música; é um estado de espírito, uma forma de expressão. E, se nada der certo, lembre-se: a vida é muito curta para levar a sério demais qualquer tutorial. Divirta-se e aproveite a pista!
Ou esqueça tudo que você já dançou e prepare-se para arrasar nos próximos embalos de sábado à noite:
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Esse cara e o Carlinhos de Jesus obviamente tomaram aulas com o Castrezana.