Sou particularmente contra veículos em que o para-choque é o próprio ser humano que o conduz. Por algum motivo me parece uma solução rudimentar demais para a tecnologia de um terceiro milênio.
Não obstante, basta não ser completamente idiota pra perceber que as bicicletas são a resposta para o colapso do trânsito nas grandes cidades – pelo menos enquanto não inventarem os hoverboards, já que os não vingaram.
De importância central em países superpopulosos como China e Índia, as pedaladas têm sido uma tendência cada vez mais consistente, mesmo em países mais desenvolvidos, que oferecem boas alternativas de transporte público coletivo, dado o seu caráter estratégico, ecológico, econômico e – por que não dizê-lo? – ecumênico.
Mas aqui no Brasil – principalmente em São Paulo – algumas coisas parecem ser sempre diferentes. As ciclovias e medidas para incentivar o uso de bicicletas costumam receber muitas críticas.
Como em tudo na política, a negociação dos espaços públicos é tensa e gera resistência. Motoristas não querem perder mais uma faixa de rua – afinal, o trânsito já está uma merda do jeito que está, imagine se piorar. Comerciantes não querem perder o acesso de carros a suas lojas, afinal, as coisas já estão uma merda do jeito que estão, imagine se piorarem.
Com a banalização do debate, especialmente nas redes sociais, as críticas acabaram levantando a suspeita de que o problema pode ser mais, digamos, subjetivo.
Se lá fora tudo parece tão correto e vanguardista, seria este comportamento reativo mero reflexo de nosso complexo de vira-latas?
Quem traz a resposta, em forma de meme, é a iniciativa Vá de Bike:
“Problemas pontuais acontecem em ciclovias no mundo todo, mas nem por isso invalidam a política cicloviária das cidades que as implantaram.”
BONUS TRACK – Em matéria de memes com ciclovia, prefiro este do Dulcetti:
Dedicado aos amigos cicloativistas Marco Gomes e Rafael Manzoli.