Eu tenho uma visão ímpar sobre o mundo moderno. Tenho para mim que ainda é possível acreditar no ser humano e em coisas bregas como o amor e a paz. E no que se refere a substâncias entorpecentes, minha visão é ainda mais complexa. Se por um lado os estudos comprovam que um sem número de drogas fazem mal para a saúde, por outro faltam estudos para que algumas poucas delas possam melhorar a qualidade de vida das pessoas. Veja bem, não estou falando aqui sobre o uso indiscriminado de substâncias ilícitas, estou concentrado no seu estudo para a melhoria na qualidade de vida das pessoas.
Uma desses estudos recentes indica o uso do LSD no tratamento da ansiedade advinda do câncer e também do estresse pós-traumático. Foram quatro décadas de total abandono acadêmico-científico para finalmente alguém perceber que, no mínimo, poderia render alguns frutos estudar as possibilidades.
Recentemente assisti a um documentário do NatGeo que tratava do assunto. Doentes terminais de câncer conseguiram melhorias em sua qualidade de vida após a administração do LSD durante uma sessão controlada. A ansiedade teve uma melhora, a aceitação de seu destino também, e na maioria dos casos o experimento foi um sucesso. Será mesmo que devemos continuar ignorando algo tão sério e benéfico no momento derradeiro da vida das pessoas?
Portanto, me resta apenas ficar ao lado da daqueles que estão ansiosos (epa!) para que os estudos sobre essa abordagem para com o LSD avancem. E posso falar com toda a tranquilidade de quem viveu muito de perto os momentos ansiosos que encerram a vida de alguém muito querido. No meu caso, ao menos, as coisas foram menos traumáticas por se tratar de uma pessoa incrível e que passou mais de metade da vida lidando com pressões que poucos suportariam, em seu dia a dia como profissional.
Os estudos devem continuar. Fica desde já a certeza de que muitos de nós poderemos ser beneficiados num futuro não tão distante.