O viral das Tchecas da Cerveja Proibida no Pânico


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O viral publicitário mais bem concebido dos últimos tempos acaba de ganhar aqui mais um pouco de mídia espontânea, pois não poderíamos deixar de também comentar o desfecho muito polêmico (apesar de não terem aparecido ainda quaisquer mamilos) da saga das duas gostosas da República Tcheca que “montaram um blog” com o objetivo de “conhecer o Brasil”.

O fato é que vivemos num inimaginável mundo novo, especialmente se formos falar das novas possibilidades comunicacionais e este foi um belíssimo exemplo de como o lançamento de um novo produto pode ser tratado daqui pra frente. Um golaço do diretor de criação que conseguiu fazer milhares (milhões?) de pessoas apreciarem a qualidade do material theco antes mesmo de abrirem a primeira garrafa.

Quando a campanha foi lançada, no fim do ano passado, recebemos um email de uma das moças pedindo “dicas de viagem” e pra quem duvida da nossa astúcia, eis a resposta publicada no blog em 14/12/2010, matando a charada de cara (“and bring beer”). Com a continuidade impécável demais para um projeto de duas supostas amadoras, nem mesmo o alto nível editorial do Papo de Homem conseguiu livrar a suspeita certeza de tratar-se de uma ação publicitária.

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Foi então que as duas gringas realmente vieram dar no Brasil e, mais do que isso, foram recepcionadas pelo programa Pânico na TV, com direito a reality show exclusivo e muitas aventuras pelo país com a guia Sabrina Sato. E nem no mais inocente dos devaneios alguém poderia acreditar que não tivesse passado pela cabeça de algum dos produtores do programa que aquelas duas não fossem miguxas gostosas aventureiras devassas do leste europeu. Até o schnauzer (seja lá o que for isso) da Rosana Hermann sabia.

E eis que recentemente, ao contrário do que aconteceu em “Lost”, a trama das tchecas foi toda explicada com um singelo e derradeiro vídeo no canal das moças:

 

Apaixonado pela ousadia humana, especialmente na publicidade, achei algo fenomenal por si só o lançamento de uma marca de cerveja chamada “Proibida”, com direito a historinha de fórmula secreta tatuada na filha loira gostosa do mestre cervejeiro perseguido em tempos idos.

Tchecas proibida

Até que uma matéria quase ficcional saiu na Folha, levantando a polêmica ética da emboscada do “viral das tchecas” ao programa Pânico, que tem contrato de exclusividade com a cerveja Skol, da concorrente AmBev. Confira no vídeo ainda mais polêmico (infelizmente sem mamilos):


 

Difícil de acreditar, né? Pois eu prefiro pensar que todos saíram ganhando nessa história, até a patrocinadora oficial – supostamente traída – do programa. E quero crer também que todos os envolvidos estejam evoluídos a ponto de me acompanharem neste raciocínio.

Considero o marketing de emboscada uma das mais belas jogadas do esporte publicitário e tenho motivos para pensar que sua presença nos planejamentos (e nos noticiários) somente tende a crescer freneticamente nos próximos anos. Alívio para quem não aguentaria sequer mais um lançamento de cerveja com slogan no imperativo sendo repetido à exaustão.

Acompanharemos interessados os próximos capítulos desta novela tcheco-brasileira, mas somente porque envolve duas gostosas desinibidas e cerveja.

A quem interessar possa, uma das maiores autoridades brasileiras na arte da apreciação de cereais líquidos de baixa temperatura, Bruno Dulcetti, foi categórico em sua avaliação: “Aroma diferenciado levando em conta que é uma pilsen. Geladinha é uma opção legal num boteco, caso não tenha Bohemia ou Original.”

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Ainda espero a oportunidade de experimentar a Proibida da CBBP e a Skol 360º pra poder me posicionar no debate. Enquanto isso bebo e recomendo a Antártica SubZero, pra sair da rotina.