No dia do advogado, dedico aos meus amigos juristas esta lista épica com nada menos do que 35 filmes de tribunal ou envolvendo temas jurídicos que me serviram de inspiração para decidir pelo curso de Direito.
A maioria está disponível no Netflix, e todos, certamente, na locadora Torrent – o que transforma a experiência num paradoxo antijurídico.
Confira abaixo alguns dos melhores filmes de tribunal ou jurídicos de todos os tempos:
As Duas Faces de um Crime
(Primal Fear, EUA, 1996)
Lançado nos cinemas numa época em que Richard Gere ainda lutava para se manter como astro viável e chamariz de bilheteria e a novata Laura Linney era pouco mais do que uma revelação, o que realmente causou surpresa neste thriller foi o impressionante desempenho do até então desconhecido Edward Norton, que não só teve aqui sua estreia no cinema como também, logo de cara, já faturou uma indicação ao Oscar (na categoria de Melhor Ator Coadjuvante). Ele aparece como o coroinha acusado de ter assassinado o padre ao qual era ligado, e quanto mais se investiga o caso mais a verdade se torna turva e confusa. Quem, afinal, é vítima e quem é carrasco nesta história? A despeito da direção segura de Gregory Hoblit e do envolvente texto baseado no livro de William Dihel, nada chama mais atenção do que os esforços destes dois advogados em descobrir o que de fato teria acontecido e a inesperada força que por trás está manipulando todos os acontecimentos. Com uma das conclusões mais chocantes daquela temporada, é um filme competente em sua proposta e execução, mas que se torna muito maior graças à excelência dos talentos envolvidos. – por Robledo Milani
A Qualquer Preço
De algumas listas que vi na net, face, e outros, não encontrei essa em lugar nenhum. Vamos lá, o filme trata de um caso (verídico) de um Advogado de Danos Punitivos de Chicago que aceita uma causa multimilionária contra a empresa Beatrice, que poluiu culposamente mananciais de uma cidade envenenando a população e causando diversos casos de câncer. Atuações estupendas de John Travolta e Robert Duvall.
O processo vai bem até o momento em que o Advogado dos querelantes comete o maior erro que um Advogado pode cometer, como ele mesmo diz em suas palestras: “o Advogado que sofre a dor do cliente ajuda tanto o cliente quanto um médico que tem medo de sangue.”. O filme, que já é ótimo, fica melhor ainda pelo fato de ser entrecortado com palestras e aulas dos dois Advogados sobre a melhor conduta que deve ter um profissional do Direito. Dica do autor deste post: quem não viu assista ontem. Quem já viu, reveja. Tem no Netflix. – por Paulo Antonio Papini
Testemunha de Acusação
(Witness for the Prosecution, EUA, 1957)
Agatha Christie é uma das escritoras mais publicadas de todos os tempos no mundo inteiro, e seu sucesso não seria diferente no cinema. No entanto, um dos primeiros longas baseado em um texto da escritora inglesa a repetir na tela o mesmo impacto que os livros de sua autoria até hoje alcançam entre seus leitores foi esse thriller comandado pelo genial Billy Wilder. Ambientado na Inglaterra da metade do século passado, este é o filme que praticamente cunhou a expressão “drama de tribunal”, pois é neste espaço onde a maior parte da ação se sucede. Quando um homem afirma não ser o responsável pelo crime que é acusado e sua esposa aparece no tribunal como testemunha – não de defesa, mas de acusação – cria-se a possibilidade de uma série de pequenos espetáculos, como o dessa mulher fria e calculista, o histórico do acusado e, principalmente, aquele vivido pelo advogado responsável por desvendar a verdade por trás disso tudo, com provas e suspeitas surgindo a todo instante. Marlene Dietrich, Tyrone Power e Charles Laughton são um show à parte, e as seis indicações recebidas no Oscar – inclusive a Melhor Filme – são apenas consequência da excelência apresentada! – por Robledo Milani
O Segredo dos Seus Olhos
Na realidade, o melhor dessa lista é o filme argentino. Só que não vale colocá-lo no topo, pois pra mim ele não é apenas o melhor filme jurídico: É o melhor filme de todos os tempos. Aborda com maestria vários temas ligados ao Direito: 1) como se procede uma boa investigação, prestando atenção aos mínimos detalhes, que levam os protagonistas a descobrir que o assassino que é torcedor fanático do Racing; 2) Mostra como a atuação invasiva do Estado sobre as Instituições durante uma Ditadura pode ser danosa ao Sistema de Justiça; 3) O mais importante do filme: aborda o conceito de Justiça na versão mais pura do termo. A Justiça que se sobrepõe à Lei que nada mais é que a Representação da Justiça. Não bastasse tudo isso, há a atuação de Ricardo Darin o melhor ator latino (incluindo os brasileiros) que surgiu nos últimos 20 anos e o melhor em atividade.
(Sobre este filme, vale conferir o competente remake americano, também disponível no Netflix, chamado: “Os Olhos da Justiça”) – por Paulo Antonio Papini
Hotel Ruanda
Se tu não viste esse filme, só resta uma pergunta: em que mundo estranho você vive? O clássico do clássico do clássico em quesitos fatos reais.
O filme retrata uma guerra – a qual, embora tenha acabado no papel, continua pegando fogo – de um país africano chamado Ruanda. O mais louco do filme é perceber que a sacanagem com a África não termina, gira em um looping infinito.
As nações europeias lavaram suas mãos para os hutus, minoria massacrada pelos tutsis. A coisa seria muito pior se não fosse Paul Rusesabagina, que abrigou um monte gente no seu hotel, o Hotel Ruanda. OBS: pessoas, isso não são spoilers, são fatos conhecidos de todos. O legal é saber como essa história aconteceu. – por Justificando.
12 Homens e Uma Sentença
(12 Angry Men, 1957)
12 Homens e uma Sentença é um daqueles trabalhos irretocáveis, dirigido por um estreante Sidney Lumet. Um “filme de tribunal” no qual o espectador faz o papel de décimo terceiro jurado. Escrita por Reginald Rose, a trama acompanha um caso aparentemente indefensável: um rapaz foi preso após ter sido acusado de matar o pai. A situação é bastante complicada para o réu, que tem testemunhas oculares o condenando do crime – e a pena para tal delito é a morte. Cabe aos doze jurados a sentença. Para que o rapaz seja libertado ou condenado, o júri deve sair de sua saleta com uma resolução unânime. Não parecia um grande problema, visto que qualquer um que observasse o caso não teria dúvidas da culpabilidade do réu. Qualquer um, menos o jurado #8 (Henry Fonda), que pede a seus colegas que repensem tudo o que observaram durante o julgamento, para ao menos terem certeza absoluta. A partir dali, cada um dos jurados terá de enfrentar seus preconceitos, crenças e agendas pessoais para dar ao réu um julgamento justo. Passado quase completamente dentro da sala dos jurados, 12 Homens e uma Sentença é um filme de diálogos e, diferente de muitas histórias de tribunal, não acompanhamos o julgamento. Indicado ao Oscar nas categorias Melhor Filme, Diretor e Roteiro Adaptado. – por Rodrigo de Oliveira
Um Sonho de Liberdade
Conhece o IMDb? Não? Bom, SÓ tem o maior ranking de filmes da internet. Bom, sabe esse filme aqui? É nada mais, nada menos, que o 1º colocado. Number one. Top. Imbatível. Poderoso.
E o melhor não é nem isso. O filme é sobre prisão perpétua! Maravilha para nós, para nossos colunistas e para você discutirmos todos juntos sobre crimes e castigos aplicados a um jovem banqueiro que jura de pé junto ser inocente. Não tem escolha, tem que assistir. – por Justificando.
O Juiz
(The Judge, 2014)
Advogado de muito sucesso, Hank Palmer (Robert Downey Jr.) volta à cidade em que cresceu para o velório de sua mãe, que há muito não via. É recebido de forma hostil pela família e resolve ficar um pouco mais quando seu pai, veterano juiz, é apontado pela polícia como responsável pela morte de um homem que condenou há vinte anos. Mesmo não se entendendo com o pai, Hank debruça-se sobre o caso, mas os dois não conseguem conviver amigavelmente e a possibilidade de condenação aumenta a cada revelação. – por Adoro Cinema
O Vento Será Tua Herança
(Inherit the Wind, 1960)
Que ciência e religião sempre bateram de frente, isto não é novidade para ninguém. Porém, nos idos da década de 1920, um caso que envolvia este embate em uma escola foi um divisor de águas para a sociedade norte-americana e, porque não dizer, mundial. Em 1925, um professor é julgado criminalmente por ensinar a Teoria da Evolução de Darwin em uma instituição pública. A acusação, apoiada pelo fanatismo religioso, era feita pelo pastor Matthew Harrison Brady (Fredric March), candidato à presidência dos EUA, enquanto a defesa cabia a Spencer Tracy), famoso advogado a favor dos direitos civis. O debate no filme de Stanley Kramer tem ecos inclusive no atual momento político do Brasil, onde uma candidata à presidência sugeriu voltar o ensino do Criacionismo nas escolas. Fato que vai muito além e discute até que ponto a religião pode afetar a vida das pessoas. O Vento Será Tua Herança se passa quase que integralmente dentro do tribunal e é um dos exemplares máximo do gênero que não envelhece. Afinal, uma discussão destas é recheada de argumentos e pontos de vista que ecoam até hoje.- por Matheus Bonez
Cabo do Medo
(Cape Fear, 1960)
Quem viu cabo do medo com o Robert De Niro sabe de uma coisa: um pequeno detalhe faz o filme ficar ruim. Trata o filme do Advogado que sabendo da culpa de seu cliente num caso de estupro, faz corpo mole e, preterdolosamente, o manda para a cadeia. Contudo, poder-se-á argumentar que a atuação do Advogado, vivido por Nick Nolte, apesar de ser antiética, busca, de alguma forma, chegar à Justiça. Justiça torta, mas Justiça. Isso é reflexo dos testes de produto que são feitos no cinema hoje, estúdios buscam o final que o público espera. O público americano gosta do conceito de bem x mal, sem nuances de dúvida. A primeira versão é diferente: Não fica claro se o réu do processo era mesmo culpado do estupro. Ao fazer corpo-mole o Advogado talvez tenha ajudado a criar o monstro que iria tentar destruir sua família. – por Paulo Antonio Papini
Minority Report – A Nova Lei
Sabe aquele deputado que falou sobre a possibilidade de, no futuro, detectar tendências criminosas em bebês ainda durante a gestação para poder interromper e abortar?
Pois bem, provavelmente ele assistiu esse filme antes de dizer isso. A trama se passa no futuro e mostra um sistema que prevê crimes antes de serem cometidos, prendem os “bandidos” e acaba a violência.
Mas acredite, muitas tretas acontecem mostrando uma análise bem crítica ao direito penal. Você vai gostar. – por Justificando.
O Sol é Para Todos
(To Kill a Mockingbird, 1962)
Adaptação do clássico literário escrito por Harper Lee, traz Gregory Peck em um dos papeis que definiram sua carreira: o advogado Atticus Finch, que lhe rendeu um Oscar de Melhor Ator. Situado na cidade de Maycomb, no Alabama dos anos 30, o filme acompanha Atticus e seu envolvimento com um caso no qual precisa defender Tom Robinson (Brock Peters), um homem negro que é acusado de ter estuprado a jovem branca Mayella Ewell (Collin Wilcox Paxton). Como a cidade é predominantemente racista, Atticus e seus filhos Scout (Mary Badham) e Jem (Phillip Alford) passam a ser mal vistos pelas pessoas, enquanto ele tenta provar a inocência de Tom. Seguindo fielmente a história do livro, tem-se aqui um filme bastante simples em sua execução, mas grandioso em sua história e seus personagens, tratando com propriedade um tema social relevante. E se Gregory Peck brilha no papel de Atticus, o restante do elenco não fica muito atrás, desde Mary Badham como Scout até Robert Duvall em sua pequena participação como Arthur “Boo” Radley. Todas essas peças o ajudam a ser um clássico primoroso. – por Thomás Boeira
Erin Brockovich: Uma Mulher de Talento
Erin Brockovich, de Steven Soderbergh, é baseado em fatos e já começa com um julgamento. De um lado, a personagem que dá nome ao filme, do outro, o médico que a feriu num acidente de trânsito. Causa perdida em virtude de seu comportamento, e Erin, mãe solteira de três filhos, até então desempregada, começa a trabalhar no escritório do próprio advogado, sendo responsável por serviços gerais. Meio que por acaso, ela se depara com o litígio simples entre uma aposentada e uma grande empresa de energia da região. A investigação deflagra surpreendentemente a grave ocorrência da contaminação da água local pelo cromo utilizado nos processos de produção. Erin, então, toma a frente dos reclamantes, das pessoas que foram prejudicadas pela irresponsabilidade da PG&E, protagonizando uma mobilização judicial quase sem precedentes, levando a corporação à corte, ao julgamento que de fato justifica o filme, bem como o percurso insólito de Erin. Atuando como protagonista, Julia Roberts faturou alguns dos principais prêmios da indústria, reconhecimentos merecidos para este que é um de seus melhores (senão o melhor) trabalhos no cinema. – por Marcelo Müller
O Beijo 2348/72
2348/72 é o número da reclamação trabalhista. Em primeiro lugar, vou dizer que particularmente tenho aversão a quase tudo que se faz no cinema nacional. Mas esse filme merece destaque. Apesar de uma produção que deixa a desejar em termos de continuidade de cenas, dentre outros, mostra como a demora do processo (e olha que o filme que demorou uns 10 anos pra ficar pronto) foi lançado em 1.993 é nociva à sociedade, pois entre o tempo da reversão da Justa Causa em razão de um beijo na boca, e a liquidação da sentença o protagonista do filme (o reclamante) virou carroceiro. Detalhe para um ótimo e muito fiel retrato da Justiça do Trabalho nos anos 90. – por Paulo Antonio Papini
O Veredicto
(The Verdict, 1982)
Depois de ter construído um filme inteiro dentro da sala dos jurados em 12 Homens e uma Sentença, Sidney Lumet retornaria aos filmes de tribunal com um exemplar mais convencional, mas não menos brilhante, em 1982: O Veredicto. Estrelado por Paul Newman em uma grande performance, o longa-metragem foi indicado a cinco Oscar no ano de 1983 – Melhor Filme, Diretor, Roteiro Adaptado, Ator (Newman) e Ator Coadjuvante (James Mason) – mas acabou não levando nenhuma estatueta. Com roteiro de David Mamet, a trama acompanha a trajetória do advogado beberrão Frank Galvin, que vê a chance de reverter sua falta de sorte num caso facílimo, solucionável com um acordo extrajudicial: hospital administrado por igreja comete um erro e deixa uma mulher grávida em coma. Os familiares da vítima não desejam ir a julgamento, muito menos os médicos envolvidos e a instituição. Uma crise de consciência, no entanto, não o deixa seguir o caminho fácil. É bem verdade que todo o caso é solucionado com um personagem surpresa, parecendo mais sorte de Galvin do que propriamente juízo. Mesmo assim, o roteiro de Mamet conduzido magistralmente por Lumet acerta muito mais do que erra. Somando-se às belas atuações do elenco, O Veredicto é mais um trabalho merecedor de distinção na carreira do diretor e do próprio Paul Newman. – por Rodrigo de Oliveira
Seven – Os Setes Crimes Capitais
https://youtu.be/omk-3z1a5xc
Seven é daqueles filmes que intrigam a mente de qualquer pessoa. No caso, um serial killer se destaca por seguir um padrão dos sete pecados capitais. Uma cena melhor que a outra, mas garantimos que a cena do pecado “Ira” é difícil de superar. – por Justificando.
A Condenação
SPOILER! O filme fala de resiliência, amor e um sentimento profundo de luta pela Justiça. Após seu irmão ser indevidamente condenado à pena perpétua, a protagonista, Hilary Swank inicia uma batalha jurídica que irá, a um só tempo, levá-la a formar-se em Direito, a destruir seu casamento e a libertar seu irmão. Ótimas atuações. Está em oitavo, mas se alguém acha que merecia estar em primeiro; totalmente compreensível. – por Paulo Antonio Papini
O Silêncio dos Inocentes
(The Silence of the Lambs, 1991)
Anthony Hopkins, senhoras e senhores. Apenas Anthony Hopkins sendo o psicopata mais cativante de todos os tempos. Para quem não viu o filme do psiquiatra canibal, veja. Quem já viu, veja a série “Hannibal”, também disponível no Netflix, mas com outros atores. – por Justificando.
A Casa de Areia e Névoa
Um pouco na linha de O Beijo 2348/72, com mais drama e um enredo mais sofisticado, e ótimas atuações de Sir Ben Kingsley e Jennifer Connelly o filme fala do drama humano, da tragédia que é uma decisão judicial errada associada à morosidade do processo judicial. – por Paulo Antonio Papini
Jornada Pela Justiça
Ahá! Esse se você viu então o problema não está conosco. É o roteiro de sempre (mas que é obrigatório que seja visto), isto é, caso impossível, cliente jura inocência, tudo jogando contra e uma pessoa que veste a camisa da defesa e vai até o fim do mundo defender a inocência do acusado. – por Justificando.
Em Nome do Pai
Também baseado em fatos reais, o filme mostra que, mesmo num sistema democrático, Democracia e a Justiça podem ser sequestradas por quem tem pouco apreço à lei. – por Paulo Antonio Papini
Redenção
Conta a história de Stan Tookie Williams, líder de gangue que condenado à morte teve o indulto da pena negado por Arnold Schwarzenegger, então governador da Califórnia. O detalhe é que, mesmo condenado por homicídios, após ser preso S. Williams arrependeu-se de seu passado e escreveu livros procurando afastar os jovens das gangues. Emocionante. – por Paulo Antonio Papini
A Informante
https://youtu.be/z0OslKN3x2k
Bósnia, gente. Bósnia. Se a treta lá já não é espinhosa o bastante, imagine se a ONU (!) ainda joga lenha na fogueira em atividade (muito) suspeita. O filme é inacreditavelmente baseado em fatos reais e vai te emocionar muito, garantimos!. – por Justificando.
Justiça Para Todos
Jovem Advogado, pouco vocacionado para o ofício, sente-se inconformado com o fato de ter que defender um réu confesso num crime de natureza sexual. Com Al Pacino, um excelente diálogo entre Ética, Direito e Justiça. – por Paulo Antonio Papini
O Senhor das Armas
https://youtu.be/UzLLhHtNyFc
Dê uma chance ao filme. Quando dizemos isso, dê apenas um minuto de chance ao filme e você verá um dos inícios mais fantásticos da história do sétima arte, ao lado de outros grandes ícones, como O Resgate do Soldado Ryan. Sobre tráfico de armas, potências mundiais explorando países subdesenvolvidos e outras coisas muito loucas, Senhor das Armas é o seu lugar. – por Justificando.
Traídos Pelo Destino
Também estupendo, mostra a história de um pai, Advogado que atropela, mata uma criança e foge da cena do crime. Pra piorar, seu escritório é contratado pelo pai da vítima para tentar resolver o caso. Tudo que ele procura fazer para dar uma melhor solução possível à situação só piora e agrava o cenário, com um final surpreendente. – por Paulo Antonio Papini
Filadélfia
(Philadelphia, 1993)
Tom Hanks já viveu um montante admirável de papeis em sua carreira, nunca se saindo menos do que ótimo, ainda que aqui e ali alguns filmes possam não terem sido tão dignos de contarem com as suas performances. Um dos dois que lhe agraciaram com um Oscar de melhor ator é este que vive em Filadélfia. Homossexual e agora HIV positivo, Andrew sente que sua recente demissão tenha sido causada por preconceito de seus superiores, então contrata um advogado (Denzel Washington) para processar sua antiga firma e seus chefes. A época, claro, não poderia ter sido melhor para o lançamento do filme; a comunidade LGBT do começo dos anos 1990 estava revoltada com os anos de descaso do governo para com os casos de AIDS entre seus membros, chamada até então de “câncer gay”, e pouco ou nenhum investimento era feito para se desenvolver um tratamento ou cura. Foi apenas no final dos anos 1980 que a doença passou a se disseminar entre toda a população de forma pública o que forçou as lideranças a tomar providencias. Montado neste espírito de justiça, Filadélfia trazia e ainda traz uma certa catarse com o bater de um martelo. Ao menos no filme, a justiça foi feita. – por Yuri Correa
Tempo de Matar
Pra mim o filme que entra nessa categoria é Tempo de Matar. Ótimo filme, ótimo thriller de ação, quase se transforma num ótimo filme jurídico, mas a direção do filme dá demasiada importância a aspectos teatrais do filme, chegando a ser piegas e inverossímil em certos momentos, em lutas contra a Ku Klux Klan, no fim dos anos 90, algo difícil de engolir. É quase um ótimo filme jurídico. Ficou sendo apenas um ótimo filme. Vale assistir. – por Paulo Antonio Papini
A Boa Mentira
Esse é um filme que não chama muito a atenção pelo nome, nem pelo trailer (convenhamos). Mas, quando você insiste e assiste ao filme, a chance de terminar emocionado e com uma outra visão sobre refugiados é quase 101%. – por Justificando.
Os Últimos Passos de um Homem
(Dead Man Walking, 1996)
Em Louisiana, a freira católica Helen Prejean (Susan Sarandon) passa a ser guia espiritual do condenado Matthew Poncelet (Sean Penn). Ela luta pela vida do homem, que espera ser executado a qualquer momento pelo assassinato de dois adolescentes. Quando a data se aproxima, os verdadeiros eventos do crime são revelados e Matthew luta com as suas emoções. – por Adoro Cinema
A Separação
(A Separation/Jodaeiye Nader az Simin, 2011)
O que está em julgamento no início de A Separação, longa-metragem do iraniano Asgard Farhadi, não é uma causa que visa reparação pecuniária ou qualquer outro litígio envolvendo bens materiais. Mais que discutir a separação do casal, a dissolução da instituição considerada religiosamente sagrada, os argumentos mostram um choque nas fundações do Irã. A única – mas capital – discordância entre homem e mulher é a permanência no país. Ele quer ficar, cuidar do pai doente, fazendo jus à tradição que prega aos filhos a responsabilidade sobre os progenitores incapacitados de seguir por si. No campo metafórico, tal obrigação é o sentimento de que não se deve abandonar sua pátria, por mais caótica e convulsionada que ela esteja. Já ela quer garantir o futuro da filha – e seu próprio – noutro lugar que lhe negue menos a liberdade. Simbolicamente, ela se desliga da tradição, da necessidade de permanecer, de ser apenas uma peça da engrenagem social iraniana, para buscar a individualidade, o porvir que mais lhe parece ideal. Julgamento sem certos e errados, apenas evidência de um abalo muito mais violento que a simples separação matrimonial superficialmente deixa ver. – por Marcelo Müller
O Júri
(Runaway Jury, 2003)
Após considerar que uma grande empresa é a culpada pela morte de seu marido, uma viúva decide entrar com um processo na justiça, pedindo uma indenização milionária. Para defendê-la ela contrata o advogado Wendell Fohr (Dustin Hoffman). Porém Fohr precisará enfrentar Rankin Fitch (Gene Hackman), um especialista em selecionar os jurados de forma a garantir de antemão sua vitória no julgamento. Porém o que Fohr e Fitch não contavam é que um dos jurados, Nicholas Easter (John Cusack), tem seus planos para manipular o júri. E, com o apoio de Marlee (Rachel Weisz), passa a chantagear a dupla avisando que o veredicto desejado sairá bastante caro. – por Adoro Cinema
O Povo Contra Larry Flynt
(The People vs. Larry Flynt, 1996)
Pornografia já é um assunto polêmico por si só. Há quem goste e não revele, tem os que acham uma ofensa à moral e os bons costumes e por aí vai. Portanto, foi corajoso da parte do diretor Milos Forman entregar uma cinebiografia que fala, justamente, de um dos grandes nomes por trás da indústria, o dono da Penthouse (publicação voltada ao público masculino com conteúdo.. você sabe de quê), Larry Flynt. Aqui defendido de formas dramática e comicamente sensacionais por Woody Harrelson (em atuação indicada ao Oscar), conhecemos um pouco da trajetória desta figura excêntrica, que inclusive chegou a ir ao tribunal vestido de militar só para expôr sua crítica, mais do que contundente: afinal, como condenar a pornografia e exaltar os horrores da guerra? Dois pesos e duas medidas. Flynt sofreu vários processos por conta de seu “atentado” à moralidade e o filme de Forman defende sem pestanejar seu protagonista. Afinal, sexo é tabu ainda por que? Contando ainda com uma ótima performance da roqueira Courtney Love como a ex-prostituta e esposa do personagem principal, O Povo Contra Larry Flint é um debate caloroso sobre como o ser humano de falar sobre um tema que nem deveria mais ser polêmico. – por Matheus Bonez
A Vida de David Gale
(The Life of David Gale, 2003)
David Gale (Kevin Spacey) é um professor que trabalha na Universidade do Texas e também um ativista contra a pena de morte. Até que, após o assassino de uma colega de trabalho, Gale é injustamente acusado e condenado à pena contra a qual ele tanto combate. O caso chama a atenção de Elizabeth Bloom (Kate Winslet), uma jornalista que decide investigar a vida de Gale e também o sistema judicial que o condenou à pena de morte. – por Adoro Cinema
O Advogado do Diabo
(The Devil’s Advocate, 1998)
Kevin Lomax (Keanu Reeves), advogado de uma pequena cidade da Flórida que nunca perdeu um caso, contratado John Milton (Al Pacino), dono da maior firma de advocacia de Nova York. Kevin recebe um alto salário e várias mordomias, apesar da desaprovação de Alice Lomax (Judith Ivey), sua mãe e uma fervorosa religiosa, que compara Nova York a Babilônia. No início tudo parece correr bem, mas logo Mary Ann (Charlize Theron), a esposa do advogado, sente saudades de sua antiga casa e começa a testemunhar aparições demoníacas. No entanto, Kevin está empenhado em defender um cliente acusado de triplo assassinato e cada vez dá menos atenção sua mulher, enquanto que seu misterioso chefe parece sempre saber como contornar cada problema e tudo que perturba o jovem advogado. – por Adoro Cinema
BONUS TRACK – Better Call Saul
Better Call Saul, não é filme, é uma série derivada de Breaking Bad. O Advogado malandro de Breaking Bad, seis anos antes de conhecer Walter White, tenta fazer as coisas da forma correta. As circunstâncias não o ajudam e, após muito tentar, no 10º e último episódio da primeira temporada ele se transforma em Saul Goodman. Nesse capítulo ele desiste de fazer do Direito uma coisa útil e boa para a sociedade e, percebendo que sempre dariam um jeito para que ele fosse posto a escanteio, ele desiste abandonar a ética e transformar-se no vigarista que conheceremos em Breaking Bad. – por Paulo Antonio Papini
Fonte: Jus Brasil, Justificando e Papo de Cinema.