A boa repercussão do screensaver do Johnny Castaway nos trouxe, de certo modo, um alívio. Alívio de descobrir que boa parte da audiência do TRETA lembrou do pobre náufrago, sendo assim, supostamente, é formada por pessoas com a data de nascimento anterior ao ano de 1990 e possuindo essa característica, nossa audiência nos livra de alguns crimes do naipe de aliciação de menores e afins.
Já que a nostalgia foi bem aceita por aqui e temos leitores acima da maioridade penal, resolvi falar sobre um jogo que ajudou a desenvolver grande parte da minha imaginação e sem dúvida era o mais comentado nos intervalos do colégio.
Esse jogo suscitou muita curiosidade em todos os lugares por onde tenha se alastrado o império de diversões eletrônicas da Atari. X-Man, uma espécie de humano pré-histórico que, do jeito que veio ao mundo, arrisca a ferramenta de trabalho num labirinto infestado de tesouras e alicates cortantes; só para chegar num lampejante quarto cor de rosa, onde uma honrada dama de companhia recebe suas estocadas, no ritmo preciso do joystick do Atari. E assim termina o ato sexual, com X-Man atingindo o clímax, e pondo-se a caminho de um novo quarto.
Esse é o jogo que sem dúvida mais levou manetes de Atari para a manuntenção.
X-man e sua arma de amor. Era uma espécie de Pacman “com bolas”.
No Brasil, houve uma época em que esse tipo de jogo era cobiçado pela garotada. Quem tivesse esse cartucho era praticamente o “rei da rua”. Muito se imaginava daqueles pixels de aproximadamente 0,5 cm² formando uma imagem que, confortada por muita criatividade, seria o coito. Depois, ficou estabelecido um senso comum de que a maior bizarrice era a jogabilidade precária do mesmo. Após algumas risadas, não havia mais nada, nem para uma criança marota, e muito menos para um homem adulto, em condições mentais normais.
Quer matar saudade? Nunca viu e quer jogar? Aproveite!